Em item assinado por seu editor e CEO, Antonio Camarotti, um Forbes Brasil critica o silêncio de órgãos e entidades que deveriam se manifestar por medidas eficientes para o atual cenário econômico do país.
“Onde estão as associações empresariais, os sindicatos e a sociedade organizada?”, pergunta Camarotti, no texto publicado na terça-feira 17. “Por que o Congresso e o Executivo continuam agindo de forma reativa, ao invés de adotar medidas estruturais e corajosas?”
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A inércia da sociedade, para o editorfortalece a sensação de “paralisia nacional”. Ele ainda considera a falta de mobilização tão assustadora quanto os números econômicos do governo e diz que o país não pode mais esperar enquanto o debate público é escravizado por “discursos vazios e soluções paliativas”.
Porquê solução, o CEO da Forbes diz que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva deve “assumir o controle da situação com um plano econômico robusto, transparente e eficaz”. A sociedade, por sua vez, precisa “abandonar a inércia” e cobrar ações que “revertam esse quadro catastrófico”.
Caso essa inércia se mantenha até o termo do procuração de Lula, avalia Camarotti, os resultados podem ser catastróficos. “O Brasil, sua economia e o futuro das próximas gerações dependem de uma reação imediata”, diz.
“Quando a sociedade romperá o silêncio e exigirá mudanças reais?”, pergunta o CEO da Forbes. “O relógio está correndo, e o preço da omissão será pago por todos nós.”
Forbes escancara cenário econômico crítico
Nesta quarta-feira, 18, o dólar atingiu a marca de R$ 6,27, um recorde desde o primícias do Projecto Real. Isso representa um derretimento de 28,2% unicamente em 2024. A queda do real, para Camarotti, é revérbero da perda de crédito dos investidores, da falta de transparência na transporte econômica e do envolvente fiscal cada vez mais instável.
No entanto, o dólar não é o único indicador de piora das expectativas. A taxa Selic, por exemplo, está em 12,25% ao ano. Em sua reunião mais recente, entre 10 e 11 de dezembro, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou os juros em 1 ponto porcentual.
O Copom confirmou mais duas altas do mesmo tamanho para as duas primeiras reuniões agendadas para 2025. Isso deve encarecer ainda mais o crédito e impactar o consumo e o investimento estrangeiro no país. Isso ocorre, segundo o editor e Forbesporque a inflação continua supra da meta.
A edição mais recente do Relatório Focus, divulgada pelo BC na segunda-feira 16, mostra uma expectativa de 4,89% para o IPCA de 2024 e de 4,60% para 2025. As duas projeções são de uma inflação supra do teto da meta de 4,50%. “Isso corrói o poder de compra das famílias, principalmente das mais pobres”, explica o CEO.
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No mercado de trabalho, a queda da taxa de desemprego para 6,2% em outubro, a menor taxa da série histórica, não traz refrigério real. O país ainda enfrenta um cenário de informalidade elevada e empregos precários, “que mantêm a renda dos brasileiros abaixo do necessário para acompanhar o custo de vida crescente”, reflete Camarotti.
Os números divulgados pelo próprio Banco Meão confirmam a deterioração das expectativas. Na primeira edição de 2024, o Relatório Focus indicava projeções de inflação de 3,90% para leste ano. “Com sorte, o número será 1 ponto porcentual acima disso”, especula. “Pode ser mais.”
Não é mais tempo de discursos, promessas ou manobras políticas. É hora de agir com responsabilidade e pragmatismo: https://t.co/JU5uTHCJf5 pic.twitter.com/d3wgjmLUQk
—Forbes Brasil (@ForbesBR) 17 de dezembro de 2024
No início deste ano, economistas previam uma taxa Selic de 9% em dezembro, diante de os 12,25%. E a piora das projeções para 2025 é ainda mais expressiva. Em janeiro de 2025, o renda previsto para o termo do ano que vem era de 8,5% e, agora, essa estimativa é de 14%. “Quem conversa com os profissionais do sistema financeiro sabe que essa expectativa pode subir ainda mais.”
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