A Polícia Federalista (PF) investiga o fluxo do moeda que, segundo o tenente-coronel Mauro Cid, teria sido entregue pelo general Walter Braga Netto, recluso no sábado 14, relata o jornal O Mundo.
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O objetivo seria supostamente financiar um projecto golpista que incluía a realização de autoridades uma vez que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federalista (STF)o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
De entendimento com o prova de Cid e informações da PF, o montante repassado por Braga Netto ao major Rafael de Oliveira teria sido utilizado ao menos para a compra de um celular, item medial na coordenação dos crimes planejados.
Cid atuou uma vez que ajudante de ordens de Jair Bolsonaro. Segundo ele, os recursos administrados por Braga Netto teriam sido obtidos junto ao “pessoal do agronegócio”.
As investigações indicaram que, nas semanas seguintes à entrega, o major realizou diversos pagamentos em espécie.
Em prova prestado no último dia 21, Cid alterou sua narrativa. Ele passou a detalhar que, em poucos dias depois de reunião ocorrida em 12 de novembro de 2022, ele participou de um encontro com Braga Netto. Nesse momento, o general teria repassado uma sacola de vinho contendo moeda para financiar a operação.
A vinculação de produtores rurais a ações antidemocráticas já havia sido mencionada em relatórios anteriores da Escritório Brasileira de Lucidez (Abin). Esses documentos, acessados pelo jornal O Mundodestacaram o envolvimento de membros do agronegócio em bloqueios de rodovias e outros atos golpistas.
A PF identificou que, em 15 de dezembro, Rafael de Oliveira comprou um celular em uma loja de Goiânia, por R$ 2,5 milénio em espécie. A nota fiscal da transação registra que o aparelho foi adquirido pela esposa do major.
Outrossim, os investigadores rastrearam cinco recargas de crédito, cada uma de R$ 20, realizadas em sequência numa drogaria no Setor Sudoeste, em Brasília, também com moeda vivo. Esses créditos foram destinados ao grupo denominado “Copa 2022”, que utilizava a notícia para coordenar as ações.
No relatório da operação, o ministro Alexandre de Moraes destacou que “há fortes indícios e substanciais provas de que, no contexto da organização criminosa, o investigado Walter Souza Braga Netto contribuiu, em grau mais efetivo e de elevada importância do que se sabia anteriormente, para o planejamento e financiamento de um golpe de Estado.”
Ele prosseguiu citando o suposto projecto de realização de autoridades e prisão daqueles que oferecessem resistência institucional ao que denominou de “empreitada golpista.”
Mensagens sobre suposta reunião na lar de Braga Netto
Os investigadores suspeitam que o grupo Despensa 2022 era formado por ao menos seis militares das Forças Especiais, incluindo Rafael de Oliveira. Esses participantes adotaram técnicas para ficarem anônimos, ao utilizarem codinomes baseados em países, uma vez que Alemanha, Argentina e Áustria.
Em mensagens interceptadas pela PF, Oliveira questionou Cid sobre novidades referentes à reunião do dia 12, que os investigadores acreditam ter ocorrido na residência de Braga Netto.
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Em outro diálogo, Cid perguntou ao major se os custos previstos para hotel, sustento e materiais ficariam em torno de R$ 100 milénio. Oliveira respondeu: “Em torno disso.”
Entre os documentos apreendidos pela PF, havia um suposto projecto, denominado Punhal Virente e Amarelo, que incluía uma lista com “demandas para a preparação e execução da ação”, especificando, entre outros itens, a premência de seis celulares descartáveis.