A oitiva das testemunhas do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) no Parecer de Moral da Câmara dos Deputados ocorreu na tarde desta quarta-feira, 27. O psolista responde a processo do Partido Novo e pode ter o procuração cassado.
O incidente que motivou a ação do Novo ocorreu em 16 de abril deste ano, quando Braga agrediu Gabriel Costenaro, que é integrante do Movimento Brasil Livre (MBL). O parlamentar agrediu Costenaro com chutes. Depois, o psolista tentou agredir o também deputado federalista Kim Kataguiri (União Brasil-SP).
Durante a sessão desta quarta-feira, as testemunhas de Braga e aliados do partido alegaram que o deputado foi cândido de “perseguição” e “ataques coordenados” pelo MBL. Eles sustentaram que a agressão foi um “ato de defesa” diante das “provocações”.
Braga também acusou o MBL de relação com “grupos nazistas”. O psolista disse que a “perseguição” parou porque o grupo teria susto de que essas conexões fossem expostas no Parecer de Moral.
Uma das testemunhas do deputado do Psol, Fábio Gripp da Costa, afirmou que soube do que chamou de “ataque” de Costenaro a Braga pela televisão. Ele disse que a “perseguição” ocorreu pelo menos sete vezes, mas admitiu não ter testemunhado nenhuma delas. Também declarou que Braga não reagiu a esses “ataques”.
Já a deputada Luiza Erundina (Psol-SP) se reservou a falar da trajetória de Braga na Câmara. Ela criticou o Parecer de Moral, afirmando que o órgão não tem o recta de “questionar um mandato popular”.
Erundina também mencionou sua amizade com a mãe de Braga, Saudade. No término, ela se disse preocupada com o “avanço golpista” dos últimos anos, fazendo referência às acusações da Polícia Federalista (PF) contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Parlamentares e aliados do Psol falam em “inversão de valores” do Parecer de Moral
Depois do testemunho de Luíza Erundina, parlamentares do Psol se manifestaram em pedestal a Glauber Braga. Eles criticaram o Parecer de Moral e fizeram acusações contra o prefeito Arthur Lira (PP-AL).
O deputado Chico Alencar (Psol-RJ) afirmou que, ao cogitar a cassação de Braga, o Parecer de Moral promove uma “inversão de valores” na Câmara dos Deputados. Para ele, as atenções deveriam estar voltadas para investigar o suposto “plano de golpe de Estado” do governo anterior.
Ele também disse que a decisão de cassação contra Braga seria um “vexame” e defendeu a tese de que o deputado estava “apenas se defendendo” dos supostos ataques de Costenaro. Ivan Valente (Psol-SP) alegou que Braga é “vítima” do processo e afirmou que Bolsonaro e os generais envolvidos no suposto golpe precisam “ir para a cadeia para preservar a democracia no país”.
Talíria Petrone (Psol-RJ) reforçou a teoria de “inversão de valores” e acusou Bolsonaro de planejar um golpe, citando as investigações da Polícia Federalista. Sâmia Bomfim (Psol-SP), por sua vez, chamou Gabriel Costenaro de “bandido de extrema direita” e acusou Lira de “perseguição”.
Relembre o caso
Na ocasião que resultou no processo contra Glauber Braga, representantes do MBL estavam na Mansão para conversar com deputados contra a regulamentação do Uber. Posteriormente o ocorrido, o psolista divulgou uma nota em que afirma que “não se arrependia do que tinha feito” e que foi provocado.
Durante a discussão, o psolista ainda disse querer “aniquilar” os “liberais” e os “fascistas de plantão”. O oração foi feito na Percentagem de Gestão e Serviço Público.
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