Parlamentares ligados ao agronegócio começaram a planejar uma retaliação ao boicote promovido pelo Carrefour. Na última quarta-feira, 20, a rede de supermercados francesa disse que não vai mais vender carnes provenientes de países do Mercosulinclusive do Brasil.
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O deputado Alceu Moreira (MDB-RS), diretor de Política Agrícola e ex-presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA)vai apresentar ao prefeito Arthur Lira (PP-AL um requerimento para instalar uma percentagem externa da Mansão com o objetivo de “colocar o dedo na ferida” da empresa.
Em sua justificativa para produzir a percentagem, Moreira destacou a urgência de apurar as denúncias contra o Carrefour no Brasil. Em publicação no Twitter/X, o deputado menciona o histórico de antecedentes da companhia relacionados a violações de direitos raciais, ambientais e trabalhistas.
O deputado também criticou as declarações de Alexandre Bompard, CEO do Carrefour, sobre a suspensão das carnes do Mercosul. Moreira classificou-as porquê “extremamente lamentáveis” e um ataque aos princípios de diálogo e cooperação internacional.
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O deputado também descreveu a decisão do Carrefour porquê uma “clara afronta protecionista ao setor agropecuário brasileiro”, além de uma atitude “absolutamente irresponsável, falaciosa e discriminatória”.
“Isso é jogada para comprar proteína mais barata ou receio da França em perder mercados”, disse em publicação no Twitter/X. “Só sei que para cada ação tem uma reação.”
Moreira também defendeu a qualidade da mesocarpo brasileira, ao expor que o Brasil possui uma das legislações mais rigorosas do mundo no que diz saudação ao controle ambiental e ao desenvolvimento sustentável. “Além disso, causa estranheza a despreocupação do sr. Bompard com as operações da empresa no Brasil, já que 80% do abastecimento interno é realizado por fornecedores brasileiros.”
O contexto do conflito com o Carrefour
A postura do parlamentar é uma reação à publicação de um transmitido de Bompard, divulgado nas redes sociais. O CEO do Carrefour anunciou um compromisso da varejista de não vender carnes do Mercosul, independentemente de “preços e quantidades de carne” que os países do conjunto possam oferecer.
A epístola assinada por Bompard foi endereçada ao presidente da Federação Vernáculo dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas (FNSEA), Arnaud Rousseau. Segundo o CEO, a decisão veio depois de ouvir a “raiva e o desânimo” dos agricultores franceses, que protestam contra o consonância de livre-comércio entre a União Europeia e o conjunto sul-americano.
Em resposta à polêmica, o Carrefour esclareceu em uma nota divulgada na última quinta-feira, 21, que a decisão de vetar a venda de carnes do Mercosul é válida unicamente para as lojas da rede na França.
A empresa afirmou que a medida não tem a ver com qualidade do resultado do Mercosul, “mas somente a uma demanda do setor agrícola francês, atualmente em um contexto de crise”.