* Por Sara Ganime
Janja, ser mulher de político não é atestado de “pode tudo”. Muito menos a mulher do presidente da República. Em 2021, me casei com um deputado federalista e, mesmo sendo uma grande defensora da liberdade de sentença, entendo que “tudo me é lícito, mas nem tudo convém”. Não é a primeira vez que Janja da Silva tem uma atitude que não convém.
No primeiro semestre, a primeira-dama da República fez uma dancinha ao chegar à Índia, enquanto o Sul do Brasil perdia tudo com enchentes. No último ano, Janja adotou postura sátira contra Elon Musk, depois de um suposto ataque hacker à sua conta no X (velho Twitter). Na ocasião, disse até mesmo que o bilionário ficou ainda “mais milionário com aquele ataque”. Agora, a primeira-dama o atacou novamente em um evento mundial.
Torno a expor que tudo é lícito. Janja é livre. Ela tem o recta de expor o que quiser. Entretanto, gostaria de pontuar alguns fatos para substanciar que, sendo primeira-dama, além de ter posturas que não convêm, elas são efetivamente prejudiciais para o povo brasílio.
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Em primeiro lugar, Janja é primeira-dama da República. Ela é a esposa de um director de Estado. É proveniente que tudo o que ela fizer e disser terá repercussão, positiva ou negativa, sob o presidente.
A lei brasileira não define responsabilidade, cargos públicos ou salário para primeiras-damas, mas Janja age uma vez que se tivesse. O que é totalmente normal pelas tradições, basta lembrar de Sarah Kubitschek, que arrecadava recursos para ajudar a população mais pobre, e Ruth Cardoso, que idealizou o Bolsa Família durante o governo de seu marido. Isso nos leva ao segundo ponto. Janja não age exclusivamente uma vez que primeira-dama.
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Uma vez que a própria Janja disse em uma entrevista à BBC, ela atua uma vez que articuladora no governo. Disse ainda que não existe risca de jerarquia entre ela e Lula. Isso mostra que ela não é “apenas” uma esposa, mas tem um papel dentro do governo.
Isso deveria fazer com que ela tivesse ainda mais zelo com o que diz e o que fala, mas não é isso que acontece. A primeira-dama age uma vez que uma artista pop que procura a aprovação de sua base de fãs. Grita para a plateia “vá se foderElon Musk” e aguarda os aplausos de Felipe Neto e da esquerda histérica com um grande sorriso no rosto.
Chegamos portanto ao terceiro ponto. Elon Musk é prestador de serviços do governo brasílio. Sua empresa, Starlink, fornece internet por satélite e beneficia escolas em áreas remotas, além de órgãos públicos importantes, uma vez que o Tropa e a Marinha. Essa é uma relação mercantil importantíssima, que pode suportar por conta das palavras de uma primeira-dama que age uma vez que articuladora do governo Lula.
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Somente esses três pontos já são grande motivo de preocupação de onde está a mente de Janja da Silva. Mas existe um quarto que tem ainda mais força. Elon Musk é um grande coligado de Donald Trump, presidente eleito da maior potência do mundo. Não exclusivamente isso, Elon Musk atuará dentro do governo no Departamento de Eficiência Governamental dos Estados Unidos.
Quando Rosângela Lula da Silva diz em um encontro que precede o G20 “vá se foderElon Musk”, ela está mostrando que não se importa com a rito do missão. Que não se importa com o que pensarão de Lula. Ela escancara a quem quer que seja que não se importa com as relações comerciais do Brasil e muito menos com as relações exteriores com outros governos.
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Ainda temos muro de dois anos de Janja uma vez que primeira-dama. Essa não foi a primeira vez que ela fez o que não convém e provavelmente não será a última. Torçamos exclusivamente para que isso não recaia sobre o nosso país.
* Sara Ganime é jornalista, CEO do Boletim da Liberdade e colega Programa de bolsas de ativismo María Oropeza e Ladies of Liberty Alliance (LOLA). Em 2022, Sara criou o perfil Mulher de Político no Instagram para compartilhar os bastidores de ser esposa do deputado federalista e candidato ao governo do Rio de Janeiro, Paulo Ganime.
