Integrantes do Partido dos Trabalhadores (PT) se posicionam contrários a um provável namoro de gastos no governo Lula para lastrar as contas. Nesta sexta-feira, 8, o presidente se reúne com seu tá escalão para determinar medidas de ajuste fiscal.
Pelo Twitter/X, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou que o Banco Mediano (BC) aceita uma “chantagem da pesquisa Focus como se fosse um mandamento divino” e “nada faz para combater este ciclo vicioso nem para enfrentar a especulação com câmbio”.
“Sob o falso pretexto de combater a inflação, num sistema de metas que não funciona mais, aumentam a dívida pública (e os lucros do sistema) e exigem cortar o Orçamento, tomando dos trabalhadores, dos aposentados, da saúde e da educação do país”, escreveu. “Não há lógica econômica nessa equação. Há ganância e concentração indecente da renda nacional.”
O líder do governo na Câmara, deputado federalista José Guimarães (PT-CE) também criticou o provável pregão da gestão petista sobre o pacote de medidas fiscais.
“É inadmissível que forças do mercado e da mídia tentem impor um pacote fiscal com o objetivo de retirar direitos e comprometer o programa pelo qual o presidente foi eleito”, afirmou.
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O parlamentar disse que o governo, “no seu tempo”, deve realizar as “correções e mudanças necessárias nos programas em execução, sem comprometer seu compromisso com o Estado de bem-estar social”.
“Não se submeterá à pressão indevida daqueles que buscam enfraquecer o governo e minar a legitimidade do programa vitorioso nas urnas. Isso é uma afronta ao desejo majoritário do povo brasileiro, que elegeu o presidente Lula para promover as mudanças que considera necessárias”, acrescentou.
Lula debate namoro de gastos
O presidente Lula realiza, agora na tarde desta sexta-feira, a quarta reunião ministerial para discurtir possíveis cortes de gastos e ajustes fiscais. O encontro é realizado no Palácio do Planalto.
A reunião de Lula com seus ministros é a prolongamento do encontro realizado nesta quinta-feira, 7. Devem ser debatidas medidas de namoro de gastos em um momento que o governo fecha com um déficit de R$ 105,2 bilhões no reunido de janeiro a setembro de 2024.
O prejuízo é 11,5% superior ao registrado no mesmo período do ano pretérito, quando houve um déficit de R$ 94,3 bilhões. Só em setembro deste ano o déficit chega a R$ 5,3 bilhões.
Ao todo, participam integrantes das seguintes pastas do governo Lula:
- Geraldo Alckmin — vice-Presidente da República e Ministro do Desenvolvimento, Indústria, Transacção e Serviços;
- Rui Costa — ministro da Vivenda Social;
- Fernando Haddad — ministro da Rancho;
- Camilo Santana — ministro da Ensino;
- Luiz Oceânico — ministro do Trabalho e Tarefa;
- Nísia Trindade — ministra da Saúde;
- Simone Tebet — ministra do Planejamento e Orçamento;
- Esther Dweck — ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
- Paulo Pimenta — ministro da Secretaria de Notícia Social;
- Miriam Belchior — secretária-Executiva da Vivenda Social;
- Guilherme Mello — secretário de Política Econômica do Ministério da Rancho;
- Bruno Moretti — secretário Privativo de Estudo Governamental da Vivenda Social.