As articulações em torno da sucessão de Arthur Lira (PP-AL) no comando da Câmara dos Deputados acabaram colocando a federação partidária entre União Brasil, Republicanos e PP em “banho-maria”. A preferência de Lira por Hugo Motta (Republicanos) fez com que o deputado Elmar Promanação (União) se opusesse à formação do conjunto para 2026.
Vitoriosos na eleição municipal, os três partidos poderiam unir aproximadamente 1.700 prefeituras, superando as 885 obtidas pelo PSD, encabeçado por Gilberto Kassab. Outrossim, teriam oito governadores, quase 150 deputados federais e 18 senadores. O objetivo seria edificar uma frente sólida de centro-direita visando às próximas eleições do Legislativo.
Em junho deste ano, um dos articuladores da federação contou à Jornal do Povo que a parceria entre os três partidos seria um pouco “sacramentado” e que, depois as eleições municipais, acabaria oficialmente firmada. As movimentações, entretanto, emperraram em setembro depois a mudança do candidato bravo por Lira.
Nos bastidores do União Brasil, parlamentares enxergam a federação uma vez que uma oportunidade para fazer frente a Kassab. Mas, com a oposição feita pelo líder da bancada, qualquer movimentação mais concreta poderá ocorrer somente em 2025. Segundo um deputado federalista do partido, há separação interna sobre o objecto.
Por outro lado, PP e Republicanos podem seguir com a federação caso haja uma desistência completa do partido de Elmar Promanação da ideia de participar do “bloco”. Antes de convidarem o União Brasil, os partidos do senador Ciro Nogueira (PP) e do deputado Marcos Pereira (Republicanos) já conversavam sobre a possibilidade de uma associação.
A perspectiva é de que, mesmo sem o União Brasil, {sigla} presidida por Antônio Rueda, a parceria entre PP e Republicanos ainda será vantajosa para as próximas eleições. Com o consenso formado em torno da candidatura de Motta, o sentimento de quem transita no Salão Virente é de que a parceria entre os dois partidos pode ser reforçada.
Vitória do Centrão em 2024 é vista uma vez que oportunidade pelos partidos
O investigador político Jorge Mizael, sócio da Metapolítica Consultoria, observa que, depois a vitória do núcleo político nas urnas, os partidos perceberam a oportunidade de formalizar rapidamente a federação. “Eles acabaram percebendo que poderia acelerar porque havia convergência e tinha resultados também positivos para os partidos envolvidos”, destaca Mizael.
Segundo ele, Gilberto Kassab, que desempenha papel importante nesse cenário, está cônscio do fortalecimento dessa frente, mas prefere observar para julgar convites estratégicos para 2026. “Ele espera ter convites mais sedutores para cargos em 2026 do que participar nesse primeiro momento da federação”, afirma o investigador político.
Ao unir PP e Republicanos, a federação criará uma base sólida e com grande frase tanto nas esferas municipais quanto no Parlamento. “Unindo essa frente, que tem uma forma tão característica com os moldes do Centrão consagrados desde 88 até agora, ele [o Centrão] vai sair com muita força e com musculatura política tanto em âmbito municipal quanto também dentro do Parlamento”, diz Mizael, reforçando o impacto dessa união para as eleições de 2026.
Esquerda também procura federação para se contrapor ao PT
Além do Centrão, PSB, PDT e Solidariedade se articulam para fabricar uma federação. Em março do ano pretérito, os socialistas chegaram a autenticar uma proposta visando as eleições municipais de 2024 e as eleições gerais de 2026. Segundo um parlamentar próximo ao PDT, em suplente, a junção teria uma vez que objetivo fazer frente à predominância do Partido dos Trabalhadores (PT) no campo da esquerda.
Entretanto, divergências entre as legendas pela disputa à prefeitura de Fortaleza atrasaram as negociações. Por possuir uma relação mais próxima com o PT, o PSB da capital cearense decidiu concordar Evandro Leitão (PT) contra o atual prefeito, José Sarto (PDT), que não chegou ao segundo vez.
O conflito entre os irmãos Cid e Ciro Gomes culminou na implosão do diretório do PDT e no rompimento da associação com o PT no estado, complicando o cenário para a esquerda nas eleições municipais. O atrito entre os irmãos também resultou na transmigração de Cid do PDT para o PSB, o que é estimado uma vez que um dos empecilhos para o progresso da federação.
Por outro lado, o mesmo parlamentar afirma que as siglas estão conversando para superar os desgastes e que a associação entre os dois partidos pode voltar a ser negociada no ano que vem.
Ao comentar esse cenário, Jorge Mizael afirma que o delonga na associação entre os dois partidos teve influência nos recentes resultados eleitorais. “A última eleição geral, se a gente pegar os resultados do PSB, foram muito ruins. O partido perdeu candidaturas importantes e quase perdeu também seus quadros na Câmara dos Deputados, o que obviamente tem um impacto orçamentário”, destaca.
Ele também afirmou que a opção do PSB pela “ponderação isolada” e a tentativa tardia do PDT de adotar um exposição mais radicalizado, mormente com Ciro Gomes, contribuíram para os resultados insatisfatórios. Nesse contexto, a federação seria vista uma vez que uma estratégia de sobrevivência e de fortalecimento para as próximas eleições.
“Nesse momento, é meio que uma tentativa de sobrevivência de ambos os partidos e também de ganhar projeção e musculatura para a próxima eleição”, pontua o investigador político.