Em 26 de outubro de 1976, Emiliano Di Cavalcanti, figura central da arte moderna brasileira, faleceu no Rio de Janeiro. Nascido em 6 de setembro de 1897, na capital fluminense, o artista sempre esteve à frente do seu tempo. Ele foi idealizador da Semana de Arte Moderna, em São Paulo, em 1922. O evento reuniu, em um único espaço, os maiores escritores, músicos, intelectuais, pintores e escultores do país.
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Di Cavalcanti viajou para Paris em 1923, onde permaneceu em uma imersão artística de dois anos. Na icônica capital francesa, o brasileiro teve a oportunidade de conhecer alguns dos artistas mais importantes do século XX. Entre eles, o escultor e pintor Henri Matisse, o compositor Erik Satie, o poeta e dramaturgo Jean Cocteau, além o pintor espanhol Pablo Picasso.
Envolvimento político de Di Cavalcanti
Influenciado pelas ideias revolucionárias que permeavam a Franca, Di Cavalcanti resolveu ingressar no Partido Comunista, ao retornar ao Brasil, em 1926. Na década de 1930, o artista participou de exposições coletivas e salões nacionais e internacionais.
Em 1932, foi preso durante a Revolução Paulista e, anos depois, foi novamente detido por suas charges que criticavam o militarismo.
Na década de 1940, mudou-se para Paris, mas retornou devido à Segunda Guerra Mundial. Em 1951, participou da primeira Bienal de São Paulo, doando mais de 500 desenhos ao Museu de Arte Moderna de São Paulo.
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Nos anos 1950, Oscar Niemeyer o convidou para criar a tapeçaria do Palácio da Alvorada, além de pinturas para a Via-Sacra da catedral de Brasília. Já na década de 1970, o Museu de Arte Moderna de São Paulo organizou uma retrospectiva de sua obra, feiro que recebeu honrarias dos membros da Associação Brasileia de Críticos de Arte.
Homenagem póstuma e controversa
Um dia depois da sua morte, Di Cavalcanti recebeu uma polêmica homenagem do cineasta Glauber Rocha, que filmou o curta Di, durante o velório do pintor. A narração frenética de Glauber, capturada em 35mm, incomodou a família do artista e os amigos presentes na cerimônia.
Veja as imagens capturadas pelo cineasta Glauber Rocha no dia do velório de Di Cavalcanti:
Apesar das críticas, o curta-metragem ganhou, em 1977, o Prêmio Especial do Júri, no Festival de Cannes, um dos mais famosos eventos de cinema do mundo. A exibição do filme, contudo, foi vetada no Brasil pela família do artista.
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