No primeiro semestre de 2024, o Ministério da Agricultura e Pecuária verificou 106 amostras de azeite no Brasil. A pasta detectou fraude em 30 produtos. O órgão informou que misturas com óleos vegetais, como soja, e uso de corantes são as fraudes mais comuns.
De acordo com o ministério, a situação é preocupante, pois o azeite, majoritariamente importado, tem sido alvo das adulterações.
“A fraude no azeite de oliva não afeta apenas o bolso do consumidor, mas também coloca em risco a saúde pública”, disse Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América Latina, à emissora Rádio Bandeirantes.
O especialista disse que muitos brasileiros buscam os benefícios nutricionais do azeite, mas acabam consumindo produtos de qualidade duvidosa, que podem ser prejudiciais à saúde.
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A adulteração também afeta a economia. No primeiro semestre de 2024, foram apreendidos 97,6 mil litros de azeite falsificado, o que supera os 82,9 mil litros de 2023. Desde 2021, o ministério confiscou 478,9 mil litros.
“Esses números são preocupantes e mostram como a adulteração de azeites é uma prática que persiste no Brasil”, disse Scandola. “O consumidor precisa estar atento para não ser enganado.”
Como identificar azeite falsificado
A Filippo Berio, produtora de azeite, divulgou dicas para evitar fraudes. De acordo com a empresa, é preciso ler rótulos atentamente, procurando “extra virgem” e “prensagem a frio”.
“Um bom azeite extra virgem deve ser puro, sem aditivos”, destaca Scandola. “Essas informações no rótulo são o primeiro indício de um produto de qualidade.”
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A embalagem também é crucial. Azeites devem estar em garrafas de vidro escuro ou lata. “Evite frascos com embalagem transparente, pois eles podem comprometer o sabor e a qualidade”, afirmou o especialista.
Desconfie de produtos baratos
Também é necessário desconfiar de preços muito baixos. Um bom azeite tem custos de produção elevados.
O aroma é outro ponto importante. Um azeite de qualidade tem cheiro vegetal e frutado.
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Além disso, é preciso reparar na fluidez do produto. “Se o azeite for muito fluido, é possível que contenha muitos ácidos graxos poliinsaturados, típicos de óleos de sementes”, explica Scandola.
Sabor: amargor e picância indicam qualidade. “O picar na língua não é um defeito, mas sim um indicativo da alta presença de polifenóis, que são benéficos para a saúde”, afirma o especialista.
A cor, no entanto, não é um bom parâmetro de qualidade. Isso m virtude de que, a fim de enganar potenciais consumidores, os criminosos que adulteram o produto podem usar corantes.