Israel enfrenta há mais de um ano uma guerra contra grupos terroristas entrincheirados em suas fronteiras, que têm como lema a destruição de seu Estado. No último mês, os serviços de inteligência identificaram que essa ameaça já se fazia presente no país há muito mais tempo com redes de espionagem do Irã.
Em pouco mais de um mês, Tel Aviv descobriu cinco planos que teriam sido encomendados por Teerã para provocar o caos dentro de Israel. As ações envolviam desde vandalismo em locais públicos, a fim de gerar revolta social, até ordens de assassinato de membros do governo e outras figuras importantes.
O caso mais recente revelado pela agência de segurança interna Shin Bet e a polícia envolve uma rede de espionagem que atuava a partir de Jerusalém, cujos membros eram cidadãos israelenses com idades entre 19 e 23 anos, todos sem antecedentes criminais.
Segundo os promotores, que indiciaram sete moradores da cidade por supostamente atuarem a mando do Irã, as ações terroristas demandadas envolviam o assassinato de um cientista nuclear israelense e de um prefeito de uma grande cidade no centro de Israel, que não foi nomeada.
A célula de espionagem, segundo a acusação, foi montada por um agente iraniano que contatou um dos israelenses envolvidos no caso via Telegram. Por meio do aplicativo de mensagens, o homem se apresentou como um funcionário do Ministério da Inteligência iraniana e ofereceu recompensas em dinheiro aos aliciados. A investigação sobre a quadrilha começou em setembro, mês no qual os sete moradores de Jerusalém foram detidos.
Dias antes, nesta mesma semana, as autoridades anunciaram que sete cidadãos israelenses, imigrantes judeus do Azerbaijão, foram presos no mês passado sob suspeita de espionagem para o Irã por até dois anos, realizando mais de 100 tarefas a mando do regime de Teerã, motivados por “milhares de dólares”, segundo a investigação.
Os detidos foram acusados de fotografar e coletar informações sensíveis de bases militares, incluindo o quartel-general de defesa de Kirya, em Tel Aviv, e as bases aéreas de Nevatim e Ramat David, que têm sido alvos do Irã e do Hezbollah desde o início da guerra no ano passado.
Os investigados também foram denunciados por coletar informações sobre baterias, portos e infraestrutura do Domo de Ferro (Iron Dome, em inglês), incluindo a usina de energia em Hadera, após supostamente receberam mapas de locais estratégicos de dentro de Israel.
Desde o início da guerra contra o Hamas, o Shin Bet já anunciou uma série de investigações envolvendo espionagem e ações terroristas lideradas pelo Irã dentro do país.
Em janeiro, a inteligência identificou um esquema criminoso com cidadãos israelenses que foram recrutados para reunir informações sensíveis sobre figuras de alto escalão, incluindo o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
No mês passado, um empresário do sul do país foi preso acusado de receber pagamentos para realizar “missões” em nome de Teerã, sendo a mais grave a de assassinar Netanyahu; o ministro da defesa, Yoav Gallant; e o chefe do Shin Bet, Ronen Bar.
Mais recentemente, em 14 de outubro, um casal da cidade de Ramat Gan também foi preso sob acusações de realizar vários atos de sabotagem e vandalismo após ser aliciado por um suposto agente iraniano.
Dois dias depois, a polícia de Israel e o Ministério Público anunciaram a prisão de outro homem no centro de Israel que teria adquirido uma arma para matar um cientista israelense, após receber instruções de um agente iraniano. Ele também foi acusado de realizar outras “tarefas menores” para o agente de Teerã.
Essa ameaça terrorista se une a outros episódios isolados de cidadãos que são recrutados dentro do país por grupos terroristas para realizar atos de violência. Um dos casos mais recentes ocorreu em 2 de outubro, quando sete pessoas foram mortas e 17 feridas em um ataque em Tel Aviv, que posteriormente foi reivindicado pelo Hamas.